Minha fantasia sexual é assexuada
Sou uma prostituta culta, que vive nas ruas de Boston em 1847. Bebo num bar de quinta categoria quando percebo ao meu lado, Edgar Allan Poe, completamente bêbado, recitando, entre soluços, “O Corvo” e chorando sua Virginia que acaba de falecer. Me aproximo e puxo assunto, depois de recitar com ele o poema que li num jornal de 1845. Poe se agrada de minha companhia e conversamos a noite inteira.
Eu o ajudo a chegar a sua casa e memorizo o caminho. Passo a freqüentá-lo, com a desculpa de querer aprender sobre literatura, mas sendo sempre seus ouvidos atentos e seu ombro amigo. A estranha amizade dura, a despeito da vizinhança hipócrita. Se eu transo com Edgar Allan Poe? Sei lá, nunca pensei nessa parte. O mais importante é que, sim, eu o salvaria de morrer na sarjeta, em 1849.
Deborah O’Lins de Barros
Itajaí, 31/08/2009
Deborah O’Lins de Barros
Itajaí, 31/08/2009
4 comentários:
O que mais me chamou atenção nos seus textos é a delicadeza como coloca as palavras. Em tudo há emoção.
Acabo de conhecer Edgar Allan Poe: O Corvo. É lindo.
Ótima sugestão de fantasia.
Vou descobrir quem será meu sedutor.hehehe
Mary
Oi Mari!!!
desejo que o seu sedutor seja tão imprescindível quanto o meu!!
beijos!!
Isto que escreveste é magnífico>
Karl
Obrigada, Karl...
abraço :-)
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