quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

poema crocante

torrei as torradas.
redundância, aliteração
e amnésia.


Rio, 24/12/2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

jazigo 12A

Não sou uma princesa,
elas não valem meio poema.
Porém, nem meio poema dedicaram a mim.

Fundei, sozinha,
a minha própria sociedade epicuréia.
Sou uma poetisa, viva,
à espera de poetas mortos.

Não tenho sido exigente,
quero apenas alguém que me ame docemente.
Não quero que me salvem,
ou que me levem para um palácio... até porque...

todos os meus heróis foram vencidos pelo tempo.
E todos os meus poetas
são esguios e desarmados.

dedicado ao meu poeta-morto favorito
(Rio de Janeiro, 22/02/2005)

domingo, 4 de dezembro de 2011

5 sem tidos (mais fragmentos)

otorrinolaringologia

(ouça)
o cheiro                                                                                    
úmido da madrugada
               dos temperos que estão na sua comida
               da saliva que desce pela garganta
(respire)
os sabores
                                                    que escorrem pelos ouvidos
                   da onda que o mar traz para a praia
                   do contato metafísico
(deguste)
o som  
                                                            do virar mais uma página
            do aroma fixado na memória
           da tinta que ainda é só isso e mais nada