segunda-feira, 31 de maio de 2010

textinho de segunda - sonata gosta de clássicos

sonata gosta de clássicos


Era um andante allegro non troppo. Pedia polka coisa, apenas um minueto para tocar antes da noturna. Aproveitou um intermezzo e, todo allegretto, começou sua valsa. Ainda no prelúdio, percebeu que ninguém gostou. Não pensou duas vezes: bem rapsódia, ele tocata e fuga!

Deborah O'Lins de Barros
29/05/2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

sobre a modernidade [0]

                                                


uma introdução?
Modernidade: 1. palavra vaga que usamos para identificar qualquer coisa nova que não fazemos idéia de o que seja. 2. tudo o que nos é contemporâneo.


Baudelaire*¹ definiu a modernidade nas artes do século XIX tomando por base as vestimentas, cenários, hábitos. Nos dá uma boa noção de o que mais tarde viria a ser o clássico dândi burguês. Chaplin*² resumiu a modernidade do século XX utilizando a metáfora das máquinas metafísicas que funcionam graças ao nosso suor. E o que seria a modernidade do século XXI? É o comportamento, o modo de produção, a forma de expressão? É tudo e nada disso. Então vamos por partes. Semana que vem o tema será “a modernidade nas palavras”. Até lá!

*¹ no ensaio “Sobre a modernidade”, ed. Paz e Terra, Coleção Leitura.
*² no filme “Tempos Modernos”, 1936.

Deborah O'Lins de Barros
28/05/2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

já pensei ser... astronauta

ser astronauta
Quando era pequena eu acompanhava pela tevê as missões do Columbia. Acho que ainda tenho uma cartelinha do chocolate Surpresa com a foto da decolagem. Achava que ser astronauta devia ser o maior barato. Mas sempre tiva aquela visão romântica da ciência. Nunca soube o que eu faria no espaço. Flutuar e ver o planeta pela janelinha já bastavam. A notícia da tragédia da minha nave espacial favorita me deixou triste, tenho um recorte de jornal guardado. Restou minha física romântica. Os robôs com crise existencial, de Isaac Asimov, se tornaram grandes amigos. E hoje em dia eu não "preciso" mais ser astronauta: a ficção científica me basta.

Deborah O'Lins de Barros
22/05/2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

textinho de segunda - psi... que?

psi... que?

Situação um:
- Se T.O.C.! Não notou que tô tentando L.E.R.?

Situação dois:
- Hehe... ai, que deleuze, aquele vygotski se foucault...



Deborah O'Lins de Barros
19/05/2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

vai pro inferno quem...

(picuinhas)
vai pro inferno quem... acha que a sua própria verdade é a verdade mais legítima.

A sua verdade é a sua visão sobre algo que você, a a partir de um dado momento, considerou correto. Uma conduta, um hábito, uma religião. Isso, no entanto, não lhe dá o direito de interferir na vida das pessoas, condenando por não concordarem contigo. Até por que eu tenho a minha verdade, que não é imutável, claro. Mas tenho o direito de acreditar nela.

Deborah O'Lins de Barros
19/05/2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

textinho de segunda - fim

- E aquele cara, que fim levou?
- Foi-se.
- Ah, é? E pra onde?
- Ele morreu, cara.
- Sério? ...de que?
- Foice.

Deborah O'Lins de Barros
15/05/2010

sexta-feira, 14 de maio de 2010

morre lentamente

(auto-ajuda pra que?)

morre lentamente quem nunca foi um bem feitor anônimo. Ajude uma pessoa, bicho ou planta. Não comente com ninguém e você terá um dia feliz consigo mesmo, o que é muito importante. “O amor que você recebe é igual ao amor que você distribui”, canta uma música dos Beatles. Experimente fazer o bem e mais dia, menos dia, você receberá uma notícia boa. É verdade.

Deborah O'Lins de Barros
14/05/2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

textinho de segunda - te freud

Te freud
.
Ele via filmes da Butman. Ela lia Kafka. Ele, filósofo. Ela, ex-atriz pornô. Se conheceram no carnaval da Bahia. E foram felizes para sempre.
.
Deborah O'Lins de Barros
09/05/2010
.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

intromissão

Sentindo-se culpado pela ausência nos dias úteis, nos dias inúteis enchia a menina de dinheiro e fazia todas suas vontades.
- Pai, me dá?
- Claro filha...
Esse tipo de compensação não era inocência. Era ignorância mesmo.
- Ei, seu narrador intruso! Não meta o bedelho na minha vida! Você sabe quem eu sou?
- Sei sim... você é apenas um personagem arrogante que criei.
- Eu posso acabar com você.
- Olha que eu te mato com uma frase!
- Duvido!
- Ah, é?
Um dia o homem descobriu que sua filha fazia parte de uma ong e que gastava boa parte de seu suado dinheirinho com os pobres. E o capitalista morreu de desgosto.
.