terça-feira, 9 de junho de 2009

poesia autobiográfica [2]

Auto-análise do dia: Eu e meus fantasmas
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Em meados de 2007 fiz um curso no SESC com a poetisa gaúcha Telma Scherer(http://www.telmascherer.blogspot.com/). Li e conheci bastante coisa diferente e, claro, fui influenciada por essas novas formas. E que fique para o futuro, para quem um dia quiser montar uma biografia minha (hehe), que Telma Scherer foi um divisor de águas na minha produção em verso. E esse poema marca a nova fase. "Reminiscência" me exorcisou do romantismo da adolescência. Com ele "adulteci".
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Reminiscência

Às vezes tenho certeza
quase absolutamente,
de que sou meio louca,
verdadeiramente.
Pois não tenho necessidade
de ácido licérgico
e nem de lítio.
Mas quando vêm reminiscências
de determinados fatos
há muito ocorridos,
me vem uma vontade insana
de ausência.
Ausência de pensamentos,
mas não de sentimentos.
Há uma necessidade
de estar só.
Inclusive a minha própria presença
me incomoda,
quando essas reminiscências
me recordam que
I miss the comfort in being sad.

Acho que relembrar
as mazelas do ontem
é como folhear
um álbum de fotos onde
a trilha sonora escolhida
é a responsável por virar as páginas.
E agora resta a dúvida:
será que remexer lembranças
é como lembrar da dívida
que tenho comigo mesma?
Isso, na verdade,
não importa.
Pois se o Corvo diz Nunca Mais,
não há portas
que abram para eu voltar.
E, pensando bem, parece hilário
pois forjar tristeza
se tornou, nada mais
que recurso literário.
A saudade existe para provar
que o passado não mata
e as reminiscências são só um mote
para entender que o que não mata
nos torna mais fortes.
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4 comentários:

Anônimo disse...

Primeiro que a voz e o fogo de Deborah guarda em si certo sentimento íntimo que aflora no leitor um desejo de prosseguir neste bosque de palavras sem medo de feras e tempestades.

É o que acho deste poema desta poeta única.

Fernando José Karl

Deborah O'Lins de Barros disse...

ai meu Deus, como meu blog está chique!!! fiquei toda prosa com seu comentário, Fernando Karl!! mas adianto que me volta e meia me sinto a Branca de Neve dentro desse meu bosque, principalmente quando a Tempestade sussurra nos meus ouvidos...

obrigada!!!
abraços :-)

Anderson disse...

Parabéns pelo poema e ela dica de livro.

Deborah O'Lins de Barros disse...

Obrigada Anderson :-)
garanto que vc vai gostar do meu mestre querido Poe Poe :-)