sexta-feira, 24 de junho de 2011

postal [1]

Era um senhor fascinado por postais. Coleções de todos os cantos do mundo enchiam suas estantes. Países que não existiam mais, postais da época de guerras. E sempre recebia mais, de amigos que lhe enviavam. Participava de uma grande rede de troca de cartões.

Um dia o carteiro trouxe um malote desconhecido. Estranho, pensou o velho. Daquele remetente ele ainda não tinha nenhum cartão-postal. Abriu curioso, não é possível. Os postais eram de sua cidade. Guardou a esquisitice e não comentou com ninguém.

Mensalmente mais postais dali, com o endereço de lá, chegavam. E pior. Muitos narravam a vida da pequena cidade, com detalhes que o velho nunca se interessou. Lugares onde ele nunca quis ir. Não agüentou. Foi dar uma volta e constatou que todas as informações estavam corretas, mas ninguém pode lhe dar informação de algum excêntrico e misterioso colecionador. Ninguém conhecia alguém que tivesse aquela letra.

O velho chegou em casa e olhou os seus estranhos postais. Juntou tudo numa caixa e enviou para o remetente. E os estranhos malotes começaram a chegar novamente.

fim (será?)

escrito em 2010

3 comentários:

Morgana D'Almeida disse...

.. continue por favor!

Dilma disse...

continue

Deborah O'Lins de Barros disse...

:-) e o que vocês acham que pode acontecer depois?